Senhor de 78 anos é um exemplo para limpeza pública, no Crato


Chico Preto - o ambientalista do Gesso. 

Acordar cedo, varrer a rua, confeccionar lixeiras com carcaças de geladeira e distribuir gratuitamente na beira da linha   faz parte do cotidiano de um   morador, numa   comunidade do Crato. 

O exemplo de cidadania e de preocupação com a limpeza da cidade vem de um senhor que há mais de 60 anos, mora na comunidade do Gesso,  com 78 anos de anos de idade, casado há 57 anos,  pai de 5 homens, 2 mulheres, já tem 13 netos e 17 bisnetos. Francisco Jovino Leite, popularmente conhecido como Chico Preto, negro, brincalhão e cheio de disposição é um dos personagens da vida real que exemplificam a cidadania.   

É uma cena comum encontrar pelas manhãs seu Chico Preto limpando a rua, onde reside, a Monsenhor Juviniano Barreto, na beira da linha férrea.  As lixeiras confeccionadas por seu Chico estão espalhadas de cores e facilitando o trabalho da coleta pública. 

Trabalhou por mais de 50 anos num depósito de bebidas, onde carregava, descarregava e entregava mercadorias. Com baixa escolaridade, fez a alfabetização e apenas aprendeu a fazer o seu nome, mas consegue fazer leituras extraordinárias no seu fazer cidadão, ao demonstrar a importância do cuidado comunitário. 

Seu Chico é um ambientalista destes que desconhecem a academia e as teorias, mas que domina a prática de criar uma paisagem saudável.  “Eu me sinto tão bem quando estou limpando a rua, eu tenho o maior prazer’’, diz o  ambientalista do Gesso e acrescenta  “eu não gosto de  ver sujeira porque fico com a cabeça doidinha”.

Seu Chico investe do seu próprio dinheiro para comprar as carcaças de geladeira e confeccionar as lixeiras. “Quando acabar eu faço outras” enfatiza. 

Além de se preocupar com a limpeza, seu Chico foi responsável pelo plantio de várias árvores na comunidade, o que melhora a circulação do ar, ameniza o calor e ainda proporciona ponto de diálogos e convivências dos moradores.
  
Ele diz que quando foi morar na rua Monsenhor Juviniano Barreto, a primeira coisa que fez foi plantar árvores, segundo varrer a rua e por terceiro fez as lixeiras.     

Consciente, Chico Preto, ressalta que o trabalho que ele faz precisa da colaboração dos moradores e do poder público. Chico desabafa que não tem condições de    fazer tudo sozinho e fala que existem locais que é preciso o auxílio de máquinas.  

Dona Neuza, esposa de seu Chico, há 57 anos, destaca que em todas as ruas que moraram, ele fez esse trabalho de limpeza. “Ele tem o prazer de fazer essa limpeza, ele não gosta de estar no meio lixo”, ressalta dona Neuza.

Para o repórter Marcus Silva, que mora na comunidade do Gesso, considera que Chico Preto é  “alfabetizado pelo mundo, pela consciência cidadão” e destaca  que tem um profunda admiração pelo senhor de 78 anos que  mantém o vigor para cuidar da  sua comunidade limpa.  “Enquanto muita gente vai para escola e tem oportunidade de aprender e na prática não faz, seu Chico faz”, enaltece o repórter. 

Para a moradora Edilania Santos, Chico Preto é um vizinho muito prestativo. “Ele está sempre disponível para ajudar”, diz ela e acrescenta: “ Ele  cuida da nossa rua com muito carinho, limpando,  plantando árvores. Fez coletores de lixo sem nenhum fim lucrativo”, finaliza.
Proxima
« Anterior
Anterior
Proxima »
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário