Por Alexandre Lucas*
Os mecanismos de controle
social é uma conquista republicana e da democracia. Fruto do conflito e da
disputa de narrativa, os instrumentos de participação social servem para
orientar, definir diretrizes, normatizar, consultar, mediar, reivindicar e
deliberar sobre as políticas públicas e representam uma conquista que não pode
ser secundarizada ou desprezada, tendo em vista, o viés de importância que representa para a luta
política, notadamente para os segmentos da sociedade civil. No campo da cultura é essencial que esses
espaços sejam percebidos e ocupados como eixo aglutinadores de demandas
sociais, formuladores e fiscalizadores das políticas públicas.
A participação dos segmentos
sociais nos rumos da política pública, mesmo sendo uma prerrogativa
constitucional, continua imperativo reafirmar o seu caráter político,
democrático e republicano. A democracia é o espaço da divergência, dos
contrários e não necessariamente do consenso, do pacto e da unidade.
Nesta perspectiva, a política
pública, ultrapassa o caráter temporário dos governos, por isso, o controle e a
participação social não podem ser meros instrumentos decorativos da democracia.
Reafirmar e consolidar os mecanismos democráticos, exige mais que uma garantia
constitucional, mas a defesa intransigente
e vigilante do que é público.
A república não é uma extensão
das nossas relações afetivas. A defesa dos marcos legais no campo das políticas
públicas para a cultura, se faz necessária, em especial, em tempos de ataques à
democracia e as conquistas dos segmentos da cultura, fruto de intensos debates
e conflitos.
O poder público não é um ente
autônomo e nem tem os super poderes para definir de forma isolada as políticas
públicas, apesar de ser uma prática recorrente: o desprezo pela participação e escuta popular e atendimentos das demandas
setoriais. Esse é um dos motivos que torna necessária a efetiva participação da
sociedade civil nos diversos mecanismos de participação e controle social.
A efetivação das políticas
para a cultura, dentre elas, o principal marco legal conquistado na última
década e que repercute diretamente no Municípios, que é o Sistema Municipal de Cultura, composto pela
garantia de recursos públicos (Fundo Municipal de Cultura), planejamento
participativo da política pública (Plano Municipal de Cultura) e o controle e a
participação social ( Conselho Municipal de Política Cultural) deve ser
bandeira central da luta pela democracia cultural, bem como a sua intersetorialidade e desenvolvimento
econômico e social.
A centralidade da bandeira
política do Sistema Municipal de Cultura continua atual, em disputa e se
apresenta como um complexo jurídico capaz de pontuar tramas sociais que
entrelaçam políticas públicas e podem possibilitar a garantia de direitos
culturais e sociais e a conquista de cidades com perfis mais democráticos.
Entretanto, O controle e a participação social são vitais para conquistar novos rumos para a política
cultural. É possível ter momentos de diálogos e outros de conflitos com o poder
público, não será com gracejos e poesia que se conquistará e se consolidará as
políticas públicas, assim tem demonstrado a história.
*Pedagogo, Integrante do Coletivo Camaradas e atual presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais do Crato/CE.
1 comentários:
Clique aqui para comentáriosVerdades camarada. A sociedade Civil tem um papel fundamental no controle social. Vamos ocupar esses espaços q é nosso