Botaram um rato na vagina, e nós com isso?




Por Alexandre Lucas* 

Não é por acaso que ganha força no país, um significativo número de mulheres organizadas contra o candidato a presidente que viraliza ódio e violência nos seus discursos, o “coiso”, ou  “ele” como é denominado pelo movimento de mulheres. Ele representa um perigo para democracia, a paz e conquistas sociais no país. 

O torturador, Coronel Ustra, saudado por esse candidato, tinha como uma de suas práticas de tortura colocar ratos nas vaginas das militantes de esquerda. Ustra  representa de forma clara,  a demência do discurso de ódio  e a violação dos direitos humanos no país.  Esse discurso e prática violenta, não fazem parte do passado, nas manifestações do “coiso; os seus eleitores entoam hinos como “dou para CUT pão com mortandela e para as feministas, ração na tigela...”. 

Alinhado a esses palavreados misóginos, defendem o porte de arma de fogo como solução para reduzir a violência. O povo armando é mais pacífico? Quanto mais armas mais morte! Arma de fogo, exclusivamente, serve para matar. Defendem   uma escola sem criticidade, sem conhecimento da história e das relações sociai; uma escola da mordaça. Defendem a criminalização dos movimentos sociais, a perseguição a quem luta e pensa na construção de um novo tipo de sociedade baseada na ampliação de direitos e emancipação humana.  Discriminam, combatem e pregam a intolerância às religiões, às mulheres, aos negros,  aos índios, comunidade LGBT e estrangeiros. O seu programa de governo é um conjunto fragmentado de chavões de discursos conservadores, liberais e reacionários que não dão conta da diversidade e profundidade do povo e do território brasileiro, mais parece uma carta dogmática recheada de ódio contra a classe trabalhadora e a esquerda. 

Militarismo e fundamentalismo religioso se misturam no ódio da classe dominante, disseminado pelo grupo do “coiso” nas igrejas, nas escolas, nas corporações e,  na imprensa, vão se construindo viseiras sem conexões com a história.
   
Diversos são os fatores que compõem o resultado da matemática eleitoral. Um conjunto complexo e adverso de situações alteram ou fortalecem conjunturas. Essas eleições representam para o campo democrático, progressista, popular e de esquerda, uma das trincheiras de luta contra o retrocesso e o fascismo representado pelo “coiso”. 

A luta contra o “coiso” deve apontar uma outra alternativa para ampliar a luta democrática e as conquistas da classe trabalhadora; esse é o desafio! A correlação de força não está favorável,  é preciso flexibilizar e ceder em alguns momentos para avançar sem perder o norte político.  Não se  trata apenas de não eleger esse inimigo dos direitos humanos, mas de eleger um combativo elenco de representantes da luta do nosso povo, entranhados nos movimentos sociais. Portanto, ocupemos as ruas, as redes sociais e as urnas com bandeiras vermelhas contra o ódio e a violência.    

Nós não queremos os ratos, e isso  interessa muito mais. 

*Pedagogo, integrante do Coletivo Camaradas e eleitor de Haddad - Manuela - 13
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