Encontro no Cariri busca redescobrir a diversidade dos sertões



A cidade de Barbalha sediará no período de 12 a 16 de setembro, na Escola de Saberes, o Encontro de Culturas, Artes  e Saberes dos Sertões.  O encontro conta com uma vasta programação que visa redescobrir a diversidade simbólica dos sertões, a partir da relação entre  tradição e  tradução, entre o chamado popular e o erudito, entre o esquecido e o contemporâneo.     

O encontro reúne mestres da cultura popular, pesquisadores, produtores culturais, artistas das mais diversas linguagens e tipologias, brincantes e ativistas culturais numa igualdade diferenciada de saberes e fazeres.         

O encontro é uma realização da Escola de Saberes de Barbalha e da Interarte  e conta com a parceria de diversos coletivos, universidades, secretarias municipais e ativistas culturais.   
  
As inscrições podem ser feitas online e durante o evento. O formulário de inscrição pode ser solicitado pelo emai: escoladesaberescariri@gmail.com, As inscrições são gratuitas.   

PROGRAMAÇÃO 
DIA 12/09 (TERÇA-FEIRA) 
Noite - 19h – ABERTURA 

MESA I - Abertura Oficial – Argemiro Sampaio Neto (Prefeito de Barbalha), Everton de Souza 
Garcia Siqueira (Presidente da Câmara de Barbalha), Rosemberg Cariry (Presidente da ESBA), 
Secretário de Cultura do Ceará (Fabiano Piúba), Inácio Arruda (secretário da SECITECE), Patrício Melo (Reitor da URCA), Ricardo Ness (Reitor da UFCA), Napoleão Tavares Neves e Josier Ferreira (Pró-Memória de Barbalha), Rômulo Sampaio (Secretário de Cultura de Barbalha), Boaz David (Secretário de Educação de Barbalha). 

Apresentação: A Escola de Saberes de Barbalha: Projeto e Percurso - Rosemberg Cariry 
Fala de abertura: Secretário Fabiano Piúba 
Conferencistas: Prof. Patrício Melo (URCA) 
Prof. Ricardo Ness (UFCA) 
Coordenador: Prof. Boaz David (Secretário de Educação de Barbalha) 

Inauguração do Café Cariri Escola de Saberes de Barbalha 

- 20h30 – Apresentação artística 
- GRUPO DE MÚSICA ANCESTRÁLIA (UFCA) - Regência do maestro Weber dos Anjos (UFCA) 
- Apresentação/performance da teatral do Grupo Teatral Louco Em Cena – com direção de Gilsimar Gonçalves. Grupo Currupio Povo Cariri. 

DIA 13/09 (QUARTA-FEIRA) 
Manhã - 9h – 10h30 
MESA II - Teatro no Cariri: Espaço e Trânsito cultural 
Luís Renato Gomes Moura: “A Criação Teatral e a cultura popular: o ator-brincante e o projeto Reis do Cariri”. 
Aline Souza (Grupo de Teatro Louco em Cena/URCA): “De Brincantes a Mestres de 
Brincadeiras”. 
Cacá Araújo (Crato): “Teatro de Tradição e Teatro de Resistência”. 
João Dantas Filho (URCA): “A Influência do Teatro Ibérico na Dramaturgia Nordestina – As Velhas, de Lourdes Ramalho”. 
Coordenadora: Ni de Souza (ESBA-Teatro Mateu) 


Tarde - 14h – 15h30 

• MESA III – Culturas Populares: Tradições, Traduções e Vanguardas 
Rosemberg Cariry (ESBA): “Movimentos culturais e inquietações no Cariri nas décadas de 1970/80 - Por Exemplo e Nação Cariri”. 
Luiz Carlos Salatiel: “Juventude e Renovação – Modernidade no Crato. 
Stênio Diniz: “Bienal de Juazeiro e Salão de Outubro: experiências coletivas de artes no Cariri”. Cláudia Rejane Granjeiro (URCA): “Movimento dos Cordelistas "Mauditos": Tradição e transgressão na Literatura de Cordel”. 
Roberto Marques (URCA): "Masculinidades, o Consumo e a Cultura Popular Massiva no Nordeste". 
Coordenador: Luís Carlos Salatiel (Crato). 

Tarde - 15h45 – 17h15 
MESA IV – Histórias, Lendas e Mitos no Cariri 
Josier Ferreira (URCA/ESBA): “Espaço e Subjetividade: o Padre Ibiapina e a construção dos lugares sagrados pelo Imaginário Popular no Cariri”. 
Daniel Walker (Juazeiro): “Padre Cícero e Lampião: Mitos e realidade”. 
Sávio Cordeiro (URCA): “O papel dos mitos na trajetória da comunidade do Caldeirão”. 
Antônio José Oliveira (URCA): “Os Kariri do Nordeste: Histórias, Memórias e Resistências” Coordenador: Antônio de Luna – Sitõe (ESBA). 

Tarde - 17h30 - 19h 

MESA V – Movimentos Culturais do Cariri 
Alexandre Lucas (Coletivo Camaradas): “Narrativa para o desenvolvimento e o empoderamento social a partir da cultura”. 
Jean Alex (Zabumbar): “Auto sustentabilidade nos grupos da Tradição”. 
Nélio Luna (Irmandade Rap): “Hip hop, Circuitos e Articulação no Cariri”. 
Maria Gomide (Carroça de Mamulengos): “A Carroça de Mamulengos como Escola de 
Saberes”. 
Luiz Lemos (Jardim) – “Os Caretas de Jardim – Apogeu e dificuldades de um percurso”. 
Ni de Souza (Grupo Mateu de Teatro): “O Mateu de Teatro para cultivar a arte popular”. Coordenador: Alexandre Lucas 

Noite - 20 h – Apresentações artísticas 
- Concerto da DISTINTO DUO (Leone e Wesley) - Escola Vila da Música / SOLIBEL 
(Crato). 
- Performance do ator-poeta PARAINGA. 
- Exibição do filme Manchik - Coletivo Cinema no Interior, 14min, Brasil - Venezuela, 2012 - Grupo de FOLGUEDOS POPULARES do Cariri. 

DIA 14/09 (QUINTA-FEIRA) 
Manhã - 9h – 11h 
Roda de Mestres da Cultura Popular do Cariri (Mestres e brincantes de grupos populares e manifestações artísticas tradicionais do Cariri: Reisado, congadas, lapinhas, Bandas de pífanos, rodas de maneiro pau, penitentes, cantadeiras de excelências, xilógrafos, poetas cordelistas, cantadores-repentistas, aboiadores, pintores, artesões, raizeiros, etc). Coordenador: Jane Ferreira e Celene Queiróz (SEDUC – Barbalha) 

Tarde - 14h – 15h30 
Mesa VI – A utopia do Divino Espirito Santo e Expressões místicas nos Sertões 
Rosemberg Cariry (ESBA) – “Juazeiro e a Terceira Era do Espírito Santo” 
Dane de Jade (Escritório Regional da Secult no Cariri) - “A Civilização dos Beatos: Roteiro de Memórias e Desenvolvimento no Sertão do Cariri Cearense”. 
Juraci Maia Cavalcante (ESBA/UFC) – “O Culto ao Divino – Trajetória de uma Utopia”. 
Carlos Alberto Tolovi (URCA): “Mito, Religião e Política: Padre Cícero e Juazeiro do Norte”. Coordenação: Rômulo Sampaio (Sectur – Barbalha) 

Tarde - 15h45 – 17h15 

MESA VII - Heranças, Ritos e Religiões nos Sertões 
Paula Lyra Santos (URCA): “Católicos no Cariri: embates em torno da formação cristã (18601965)”. 
Thiago Carminati (URCA): “Das novenas fetichistas aos ritos de renovação do sagrado Coração de Jesus: os sertões e suas crenças”. 
Cícero Joaquim (URCA): “História da Morte e dos Mortos”. 
Roberto Viana (URCA): “Uma 'rapa' do antigo no moderno ou uma 'rapa' do moderno no antigo?: os Penitentes Peregrinos Públicos em Juazeiro do Norte, CE”. 
Coordenação: Núbia Ferreira (URCA) 

Tarde - 17h15 – 18h45 
MESA VIII – Fotografias e cinemas – Revelando os Sertões do Mundo 

Renato Casemiro - (UFC / UFCA): “Benjamin Abrahão – Fotógrafo e cineasta das Arábias”. 
Paula Geórgia Fernandes (SECULT-CE): “Santo Sepulcro - Sublimes Peregrinos”. 
Nívia Uchôa: “Fotograf@s Contemporâneos do Cariri”. 
Rubens Venâncio: “Fotografia e Ruína”. 
Allan Bastos: “Sertão: percurso imperecível. Uma abordagem sobre a desconstrução do estereótipo”. 
Coordenadora: Igara Sampaio Lavor (ESBA) 

Noite - 19h30 - Apresentações artísticas 
- Show de KARINE ALEXANDRINO (Fortaleza) 
- Músicos da ESTAÇÃO SONORA (Barbalha) 
- Espetáculo de REISADO DO MESTRE REGINALDO do Sítio Lagoa 
(Barbalha). 

DIA 15/09 (SEXTA-FEIRA) 
Manhã - 08h30 – 10h 
RODA DE CONVERSA – Cordel e novas formas (Klévison Viana, Arievaldo Viana, Rouxinol do Rinaré, Evaristo, Stênio Diniz, Paiva Neves, Maria do Rosário, Josenir Lacerda, Zé Joel, Tiquinho, Ângela Liberato, Camilo Barbosa, Ernani Tavares, Francisco Timóteo Ribeiro, Josélio Fidélis, Abrahão Batista, Lindicássia Nascimento e de mais poetas-cordelista da Sociedade dos Poetas de Barbalha, bem como de poetas-cordelistas do Cariri e do Ceará. 
Palestras: 
Klévisson Viana (Tupynanquim): “A renascimento do cordel como fenômeno urbano”. 
Abrahão Batista (URCA): “A história do Cordel em Juazeiro do Norte”. 
Otávio Menezes (Secult): “Formas de organização dos autores e editores de cordel no Ceará”. Coordenação: Klévison Viana, Rouxinol do Rinaré e Maria do Rosário. 

Manhã - 10h30 – 12h 

MESA IX: Cariri – Cinema e Audiovisuais do Cariri cearense 
Glauco Vieira Fernandes: “A produção audiovisual contemporânea no Cariri”. 
Ythallo Rodrigues: "Fazer cinema no Cariri Cearense". 
Sérgio Henrique Carvalho Vilaça (URCA): "Inclusão audiovisual como empoderamento e preservação de culturas" 
Franklin Lacerda: “Cinema em Juazeiro do Norte – Novos olhares”. 
Natacha Muriel López Galucci (UFCA): “Corpos secos, corpos molhados: representações da cultura popular entre os pampas e o sertão”. 
Coordenação: Francisco Wagner Ribeiro (URCA). 

Tarde - 14h – 15h30 
MESA X– Cordel e Literaturas Populares do Nordeste 
Tereza Candido Diniz (URCA): “O poeta que andou na garupa da São Jorge: a fabricação de imagens subversivas de Juazeiro do Norte”. 
Lindicássia Nascimento (Sociedade dos Poetas de Barbalha): “O cordel em Barbalha”. 
Arievaldo Viana (Acorda Cordel): “As origens ibéricas da literatura de folhetos do sertão”. Anna Chistina Farias de Carvalho (URCA): “Catalogação e preservação do acervo de folhetos de Cordel na Lira Nordestina”. 
Sued: “Satirika: uma experiência alternativa e sustentável de literatura no Cariri”. Coordenadora: Poetisa Maria do Rosário Lustosa (ICVC / ALB). 

Tarde - 15h45 - 17:15 
MESA XI – Arqueologia, Antropologia e Patrimônios dos Sertões 

Marcélia Marques (UECE): “Vozes Sertanejas na Ressignificação de Sítios Arqueológicos PréColoniais: de Massacre Indígena à Cavaleiros Fantasmas”. 
Carlos Vinícius de Frota Albuquerque: “Mestres da cultura e diversidade cultural: representações do patrimônio imaterial cearense”. 
Josier Ferreira (URCA/ ESBA): “História e Identidade espacial das cidades sertanejas: fatores que justificam o tombamento e salvaguarda do patrimônio cultural de Barbalha”. 
José Wilton (SECULT – Crato) / Rosemberg Cariry (ESBA): : “Badzé: o civilizador do Sertão; o Mito da Pedra da Batateira e o Parque Ecológico do Homem do Sertão”. 
Maria Lourdes Macena (IFCE): “Sertões da Memória: uma infância inspirada por vivências das tradições da cultura popular”. 
Coordenadora: Maria Lireda de Alencar Noronha (Instituto José Bernardino de Barbalha) 

Tarde - 17h30 - 19:00h 

MESA XII – Entre o Repente e o Rap, Cantorias e Emboladas: entre a palavra escrita e improvisada em cantoria 
Luciano Apolinário – DEXTAPE: “O Rap como compromisso artístico e social”. 
João Bandeira de Caldas: “O Repente no Cariri cearense”. 
Paulo Roberto (Preto Bomba): “Rap nas ondas do rádio”. 
Hamurabi Batista: A poesia nas feiras do Brasil 
Coordenador: Toni Sousa (ESBA) 


Noite - 19:30h – Apresentações artísticas 

- Show MUSICAL DE RAP E REPENTE 
(Com cantores de rap, repentistas e poetas cordelistas do Cariri e de Fortaleza): 
Preto Bomba e Mac’s Grupo, Dextape, Nego Léo, Tony, Luana, Mano Vanso e outros artistas de Crato, Juazeiro e Barbalha). 
- Apresentação de ARTISTAS REGIONAIS 
- Espetáculo do CANTADOR “BULE-BULE” - XULAS E BAIÕES (Bahia). 
- CANTADORES E REPENTISTAS do Cariri (Crato, Juazeiro e Barbalha). 


DIA 16/09 (Sábado) 
Manhã – 08h30 – 10h 
Roda de Conversa com artesãos e Feira das Bonequeiras do Cariri 
Palestra de Juliana Loss (UFCA): “O Artesanato no Cariri Cearense”. 
Coordenadora: Jane Lima (ESBA) e Rômulo Sampaio (Sectur - Barbalha). 

Manha - 10h30 – 12h 
MESA XIII – Os Sertões e a Literatura 
Claudio Cledson Novaes (UEFS/NELCI): “120 anos da Guerra de Canudos e o Ciclo 
Canudiano: oralidade, erudição e hibridismo na literatura e no cinema”. 
Rosilene Melo (UFPB): ”A operação Intelectual da literatura de cordel no Brasil”. 
Emerson Monteiro (ICC - Crato): “Aspectos da Literatura no Cariri”. 
José Flávio Vieira (Crato): “A Literatura contemporânea no Cariri 
Batista de Lima: “Os Sertões na Literatura Nordestina: Tradições e Rupturas”. Coordenador: José Flávio Vieira (Crato). 


Tarde - 13h30 – 15:00h 
RODA DE CONVERSA - Palestras 
– O Centro de Audiovisual e Convergência Digital do Cariri: Possibilidades e impasses do cinema da região do Cariri cearense - coração cultural e geográfico do Nordeste. 
– Criação do Cineclube Saberes do Cariri 
(Com participação de cineastas da região do Cariri e de Fortaleza). 

Palestras de: 
- Doug de Paula (Casa Amarela-UFC): “Políticas Públicas de Cinema na Conexão CONNE (Centro-Oeste, Norte e Nordeste). 
- Marcos Carvalho – “Cinema no Interior – Uma experiência transformadora”
Coordenador: Rosemberg Cariry (ESBA) 

Tarde - 15h30 – 17h 
MESA XIV – Música dos Sertões: entre o erudito e o popular. 
Weber dos Anjos (UFCA): “Os sertões e as Heranças da Música medieval”. 
Maestro Antônio Felipe da Silva (Solibel): “A Escola do Pe. Ágio: uma trajetória da do ensino da música no Cariri”. 
João do Crato (Secult – Crato): “A música contemporânea no Cariri: movimento, evolução e impasses”. 
Antônio Libério Sampaio de Araújo (Os Águias): “Os Águias e o cenário Pop do Cariri na década de 1970”. 
Maestro Bonifácio Salvador: “As bandas de Música tradicionais na formação musical do Cariri cearense”. 
Fabiano de Cristo (Coordenador do Grupo de Rabecas da UFCA): “Rabecas do Sertão: 
Música de Rabeca e a Cultura Sertaneja”. 
Di Freitas (AVBEM): “Orquestra de rabecas e mestres rabequeiros de Juazeiro do Norte”. Coordenador: Di Freitas (AVEBEM – Ponto da Tradições). 

Noite – 18h00 – 19h00 - Apresentações artísticas 
- Di Freitas – Espetáculo Cariri Encantado (Juazeiro do Norte). 
- Orquestra Armorial do Cariri - Cleivan Paiva – Um violão brasileiro. 
- Homenagem ao poeta GERALDO URANO: João do Crato, Luiz Carlos Salatiel, Cleivan Paiva (Crato) e outros artistas convidados. 
- Grupos de folguedos populares de Barbalha (Sectur/Seduc - Barbalha). 


EXPOSIÇÕES E MOSTRAS 

XILOGRAVURA - “CORTES DE GERAÇÕES” 
(Local: Sede da Escola de Saberes de Barbalha - ESBA) Exposição de artistas e xilógrafos do Cariri cearense. 
Curadoria: Alexandre Lucas 

XILOGRAVURA - “TESOUROS VIVOS DA CULTURA POPULAR NO CEARÁ” 
(Local: Sede da Escola de Saberes de Barbalha - ESBA) 
Xilogravuras do poeta e xilógrafo Otávio Menezes (SECULT-CE 

EXPOSIÇÃO DE CERÂMICA 
“A PEDRA DA BATATEIRA E O MUNDO ENCANTADO DE DONA CIÇA”. 
(Local: Sede da Escola de Saberes de Barbalha - ESBA) 
Peças de cerâmica da artista LIARA 

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA - “SANTO SEPULCRO - SUBLIMES PEREGRINOS” 
(Local: Sede da Escola de Saberes de Barbalha - ESBA) 
Fotografias de Paula Geórgia Fernandes (SECULT-CE) - 

FEIRAS DE CORDEL 
(Local: Praça engenheiro Dória e sede da Escola de Saberes de Barbalha - ESBA) 
- Feira de Cordel da Sociedade dos Poetas de Barbalha, da Lira Nordestina, da Editora Tupynanquim, da AESTROFE - Associação de Escritores, Trovadores e Folheteiros do Estado do Ceará, dos poetas populares e editores de folhetos do Nordeste. 

OUTRAS FEIRAS E ESPAÇOS 

- Feira da Associação dos Produtores Artesanais e Alternativos de Barbalha
- Centro Artesanal Mestre Noza de Juazeiro do Norte - Rede de Feiras Agroecológicas e Solidárias do Cariri. 
- Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares e solidários – ITEPS - Associação do Sítio Coité e Associações Comunitárias de Barbalha. 
- Sítio Barreiras – Frutas do bem. 


MOSTRA CARIRI - CINEMA NO INTERIOR 
(Local: sede da Escola de Saberes de Barbalha - ESBA, Instituto José Bernardo, Rede de Escolas Públicas de Barbalha e Comunidades Rurais). 

- Os Caçadores da Arte Perdida - Coletivo Cinema no Interior, 14 min, Sousa - Paraíba, 2015 - O Nascimento do Poeta - Coletivo Cinema no Interior, 12 min, Pedreiras, Maranhão, 2011 - A Trilha - Coletivo Cinema no Interior, 13 min, Belém do São Francisco - Pernambuco, 2016 - Manchik - Coletivo Cinema no Interior, 14min, Brasil - Venezuela, 2012 
- Filme Surpresa, Coletivo Cinema no Interior, +/- 5 min, Barbalha-Ceará, 2017. 

CURADORIA: Marcos Carvalho (Projeto Cinema no Interior).



OS SERTÕES DOS SABERES 

Falamos muito de sertão, melhor dizendo, dos sertões, que remetem a lugares situados terras adentro, que se distanciam do litoral. São interiores, portanto, caminhos que nos levam a matas virgens e/ou desertos. São travessias de longa distância, sujeitas a solidões e a desafios de sobrevivência material e da alma. Exigem disposição e coragem, paciência e determinação. É preciso saber lidar com as adversidades da natureza e da humanidade, toda aquele que se encoraja por vontade própria ou ardileza do destino a se lançar nessa viagem, que pode ter volta ou não, abrir portas para outros mundos ou nos lançar em abismos inimagináveis. 

Por tudo isso, os sertões ligam homens e mulheres de todas as culturas. Por ser povoado por forasteiros e fantasmas, corações saudosos e sensíveis à recriação da vida e do mundo, são capazes de artes mil, de cantorias emocionadas e toques de sangradas violas, de poéticas do começo e do fim do mundo, de mensagens de amor e desafios de enfrentamento. Lembram guerras e guerreiros, mitos de heroísmo e desbravamento. Tentações do diabo e penitências de arrependimento, de paixões violentas e mornos sofreres. 

Nos sertões que nos povoam o imaginário como nordestinos do Brasil, estão inscritas as pegadas e cascos de animais em que vieram os nossos ancestrais. Caçadores de índios e tomadores de terras, tocadores de boiada e charqueadores de carne. Senhores ambiciosos por grandes domínios e escravizadores de gente arrancada à força de seus lugares de origem no além-mar. São eles originários de outros continentes e nações. Europas, Orientes, Áfricas e Américas vieram se encontrar nos sertões de cá para redescobrir tesouros e sobrevivências, domínios e padeceres feitos de gozos e desprazeres. 

Uma pergunta é sempre feita sobre os sertões. A que indaga sobre o seu significado metafísico e cultural, artístico e existencial, religioso e profano. Quem anda perambulando pelos sertões não vive a normalidade de quem vive no conforto e previsibilidade de cidades, sobretudo, as grandes e/ou litorâneas. Quem se arrisca por seus caminhos e encruzilhadas quer ou precisa testar limites, achar soluções, vislumbrar alternativas de ser e dizer de si e dos outros. Assim, cantando ou orando, se penitenciando ou escravizando os outros, tecendo delicadas poéticas ou chicotes, os sertanejos são todos aqueles que pelo sim ou pelo não viveram tudo de mais difícil e imprevisível que se pode viver. Vem daí talvez a força artística dos nossos grandes sertões e veredas desse imenso território, cujo contorno se perde no tempo e seus limites nos são dados agora não por métricas e agrimensores e sim pela imaginação. 

Nesse sentido, este evento pretende reunir temáticas e debatedores dispostos a elucidar e/ou decifrar as artes e histórias perdidas e achadas desse sertão que nos habita a alma. 

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