Camaradas: Sejamos dirigentes



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Por Alexandre Lucas*

Podemos ser muitos e fazer diversas ações, mas o que nos define enquanto Coletivo Camaradas, organização política, é o conjunto de atividades dirigidas por linha de compreensão ideológica experimentada na prática social, o que exige um perfil de organização que possa fortalecer a relação entre concepção e prática.
A bússola política e a linha de ação devem ser norteadas por princípios de organização que garantam a unidade de ação, a partir do convencimento e da democracia interna o que tende a gerar uma disciplina consciente dos militantes.  Ao mesmo tempo devemos ficar atentos para não abrir brechas para o espontaneísmo, a luta política não nasce de forma espontânea ou fora dos seus contextos, portanto os militantes devem ser frutos do tempero político no qual estão inseridos, por outro lado, não nos convém a romantização de que a democracia é “assembleísmo”, isso é uma visão que pode gerar equívocos na condução política.
A democracia no nosso caso é o direito de compreender e participar dos processos numa perspectiva de nivelamento das informações e construção das ações de forma descentralizada e nominada. Quando definimos que todos e todas são responsáveis pela execução das ações, a tendência é um desastroso “todos e todas esperando por todos e todas”. Portanto é necessário existir uma pedagogia (direção) política que direcione e responsabilize pessoas para desenvolver as ações, o que pressupõe pensar, executar, horizontalizar informações e focar na bússola política que orienta nossas atividades. Apostar nessa pedagogia, possivelmente sirva para o nosso processo de formação militante, no sentido fortalecer a aproximação e a aprendizagem nos micros espaços de poder e o favorecimento para o empoderamento e as funções dirigentes da condução política e organizativa.
O organograma (o formato “administrativo”) antes de ser uma questão de formalidade, deve ser instrumento da compreensão politica que possibilite aplicar e desenvolver um fluxograma (organização das ações) capaz de ampliar a capacidade de interlocução e aglutinação para o nosso campo de luta, em outras palavras, o formato de nos organizamos e a forma de agirmos são ingredientes da mesma composição política.
Adotamos um organograma simplificado composto por direção e coordenações de ação, esse formato foi pensado no sentido de ter um núcleo dirigente mínimo com capacidade de compreensão política do que somos enquanto pensamento ideológico e com desenvoltura para encaminhar as diretrizes, articular processos organizativos e políticos e as coordenações foram e vão sendo criadas a partir das demandas que vão surgindo, e devem ter as características de Organização de Bases, enquanto celulares multiplicadoras do pensamento político que guiam nosso fazer.
Essa relação entre unidade de ação política e centro único de direção visa evitar a degeneração política e combater a formação de grupos organizados que possam minar a nossa organização.
O ambiente da nossa organização deve ser permeado pela abertura da critica e autocritica como método de corrigir erros e se desenvolver, bem como a nossa política deve ser fruto da elaboração coletiva, com amplo de debate e liberdade da opinião individual.
Essa apreensão nos coloca diante da tarefa de construir uma organização pautada numa necessidade coletiva de estudo e de ação na perspectiva que Lênin já apontava “Sem teoria revolucionária, não existe prática revolucionária”.
É preciso combinar teoria e ação para uma pratica social revolucionária, sem se esquecer dos valores de solidariedade e generosidade que nos ensinam a dividir o pão e o saber, afeto e o acolher como elementos de inspirar novos corações e mentes para a nossa luta, que antes de tudo é revolucionária, é para quebrar paradigmas e transformar a sociedade a partir da celebre frase marxista “De cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades”.
Acumular experiências organizativas e confrontá-las com as condições objetivas fazem surgir novos desafios e novas percepções da realidade. O novo é sempre fruto da dialética como nos ensina o materialismo histórico e dialético. Estamos a cada instante reelaborando a nossa prática para fomentar um exército de dirigentes orgânicos da luta pela tomada do poder político pelas camadas populares.

*Pedagogo, artista/educador e integrante do Coletivo Camaradas
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