Crato: Escola sem partido é um ataque a educação




Enquanto  pedagogo me sinto patrulhado ideologicamente por uma onda conservadora e reacionária que atormenta a democracia, o pensar e o fazer pedagógico no país. 

Em diversas cidades brasileiras vereadores estão seguindo a cartilha do atraso e dos resquícios da ditadura para apresentar projetos de leis denominados de " "Escola Sem Partido", o qual  representa retrocesso,  por desconsiderar o caráter do direito a pluralidade de ideias e a diversidade   de concepções pedagógicas que se entrelaçam e se antagonizam  no campo da educação formal. 

Essa tal de "escola sem partido" esconde o seu caráter de partidarizar a escola em defesa dos interesses das ideias da classe dominante. 

A ciência não é neutra! As concepções pedagógicas muito menos, elas dizem respeito aos tipo de seres humanos e de sociedade que se pretende construir.

A escola essencialmente é espaço de democratizar o conhecimento produzido historicamente pela humanidade. Como pensar  por exemplo, os  conhecimentos relacionados a filosofia, literatura , sociologia , artes, geografia e história sem relacionar aos seus contextos e a prática social, é impossível.  Porque o conhecimento não é uma receita exata e imutável, nem imparcial. 

É preciso entender, o que se esconde por trás deste assenal ideológico de caráter odioso, antipedagógico, antidemocrático e declaradamente defensor dos interesses da classe dominante. 

A concepção pedagógica chamada de Pedagogia Histórico-Critica que reconhece  a escola pública,  que atende os filhos da classe trabalhadora, como uma espaço de lutas de classes, de conflitos de compreensões de educação e que defende que a principal função social da escola é democratizar o conhecimento como forma de instrumentalizar a classe trabalhadora para que ela  possa ser dirigente dos destinos da sociedade, o que diferencia de outras pedagogias que reconhece a escola pública  como centro de formar dirigidos para  servirem a ampliação do  capital das elites econômicas. 

Notadamente essa "escola sem partido" representa a escola da mordaça, por restringir o direito de aprender a pensar de forma crítica e emancidora, por propor a perseguição a liberdade pedagógica, por afrontar as conquistas do magistério e por querer transformar escolas num misto de  celas e quartéis. 

Que a escola seja livre na  sua dimensão de socializar o saber sistemizado e que é fruto da relação dialética dos seres humanos com os seus tempos e espaços. 

No Crato-CE, o projeto tramita na Câmara Municipal e será combatido por aqueles que acreditam que a escola não é lugar de mordaça. 

Alexandre Lucas - Pedagogo, integrante do Coletivo Camaradas
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