Por Alexandre Lucas*
Os movimentos sociais são
uma exigência histórica de organização e resistência aos processos de ausência,
negligência e insuficiência do
atendimento das demandas sociais da
população.
Nesta ótica, os movimentos
sociais são caixas de ressonância apuradas das reinvindicações das camadas
populares que inevitavelmente se chocam com os
interesses antagônicos da classe dominante.
Ao longo da história, as
conquistas sociais e políticas foram fruto dos processos organizativos e
reivindicatórios da sociedade, em alguns momentos conciliando situações e
outros radicalizando e rompendo estruturas.
Logicamente, a matemática sociológica
não é exata. O que nos colocar numa situação de imersão, reflexão e posição que
requer considerar tanto fatores internos como externos das relações e das lutas
de classes.
O que retira a possiblidade
do lugar imaginário e das soluções mágicas para resolver os problemas concretos
da sociedade que acontecem em condições objetivas, temporais e espaciais e que
se costura a partir de pontos contraditórios e complexos. A leitura mais
acertada passa a meu ver pelo mergulho dentro das condições reais dispostas no
tabuleiro das forças políticas, das visões sociais de mundo e dos componentes ideológicos.
Não somos um consenso social,
nem unidade de pensamento. Somos pluralidade e ainda somos classes antagônicas.
Portanto, o inconformismo e a rebelião social é fruto das contradições da
própria estrutura do modo de produção social.
Escutar e refletir sobre os
inconformismos e as rebeliões são tarefas que se colocam aos militantes dos
movimentos sociais que desejam aprofundar a compreensão sobre as realidades
sociais, a partir da sua classe, da classe do proletariado.
Essa possivelmente deva ser
a bússola, dos militantes dos movimentos sociais: escutar as demandas do seu
povo e mediar soluções.
Na atual conjuntura politica
brasileira com o avanço de setores progressistas
no campo institucional é preciso não perder o viés histórico das lutas
democráticas e dos bandeiras políticas dos movimentos populares, bem como
compreender que os governos não estão
isentos das disputas internas por espaços políticos, interesses individuais e
lutas de classes.
Não temer as vozes das ruas!
Escutar e se alinhar as camadas
populares para que a pratica politica não virem fisiologista.
Entretanto, os fascistas e reacionárias também vão as ruas e esses estão do
outro lado!
*Pedagogo, artista/educador
e coordenador do Coletivo Camaradas