Por Ulisses Germano Leite Rolim*
Quando vim morar no Crato
Não sabia o que fazer
Das histórias que são tantas
E dão enorme prazer
Na Pedra da Batateira
Vi nascer uma roseira
Que chamava por você
Ulisses Germano – Gritando meu Cordel
Ulisses Germano Foto: Alzir Leite |
A especulação de que o Festival
Cariri da Canção 2012 vai ser cancelado devido à derrota política do candidato
do senhor prefeito Samuel Araripe nas últimas eleições, pode deixar de ter
fundamento se o próprio Prefeito Samuel Araripe ou a Secretária de Cultura e
Esportes Daniele Esmeraldo vir a público desmentir todo este boato.
Como compositor de minhas canções
fatigadas, já participei do Festival Cariri da Canção duas vezes, e tive a
honra de ter uma das músicas na semifinal. Não podemos negar a importância
deste evento. É um espaço importante para a divulgação e escoamento da produção
musical não só do Cariri, mas do Brasil. Não menos importante, de forma alguma,
é o Festival Estudantil. É maravilhoso ver os grupos dos mais diversos gêneros
musicais das escolas públicas e particulares mostrando a sua produção musical! Em
muitos casos as canções apresentadas no Festival Estudantil superam as canções
do Festival Nacional.
Na minha humilde opinião, penso que o futuro
prefeito de nossa cidade, Senhor Ronaldo deve, sim, dar continuidade a esta ideia,
analisando as falhas e encontrando meios junto à comunidade artístico musical
de nossa cidade de aperfeiçoa-la. Dessa forma o Festival Cariri da Canção já
faz parte do calendário cultural de nossa região.
É preciso ter consciência plena,
sem a doença enfadonha do ufanismo açucarado e superficial, de que o Crato é,
de fato, uma cidade cultural, o berço de muitos acontecimentos Históricos que
já foram apagados da memória da nova geração. Felizmente esta história ainda está
viva na memória de muita gente que viveu o apogeu, a efervescência cultural do
Cratinho de Açúcar quando Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, cortava seu cabelo no
Zé Barbeiro, quando o genial Antonio Nóbrega visitava o terreiro de Mestre
Aldenir para beber na fonte da autenticidade, quando a SOLIBEL do Pe. Ágio
encantava o Brasil com sua orquestra pioneira de músicos agricultores, quando Mestre
Elói congregava com diplomacia e zelo os grupos folclóricos desta cidade... Ah!
Quantos “quandos” !...
*Músico, compositor, artista/educador