Ensino de Arte na educação brasileira: uma reflexão acerca da fundamentação política


Por Sislândia Maria Ferreira Brito*

O desenvolvimento de uma reflexão, mesmo breve, acerca das políticas públicas para o Ensino de Arte no Brasil, significa um desafio de grande envergadura, notadamente, para o espaço que aqui nos é disponibilizado. Tentarei, nesse breve momento reflexivo, suscitar o/a leitor/leitora a refletir sobre o ensino de arte nos espaços de conquistas em meio às questões de cunho legal em momentos distintos da historia recente da educação em nosso país. Trata-se, pois, de uma opção que não invalida ou desqualifica outras propostas de abordagem.

No recorte temporal referente ás décadas de 80/90, em pleno processo de abertura política no Brasil, ocorre a revisão do Ensino de Arte, impulsionando as lutas dos Arte/Educadores na busca de incluir a arte como disciplina do saber escolar na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

Com a aprovação da LDB é assegurada a obrigatoriedade da Arte como componente curricular obrigatório na Educação Básica, com a nomenclatura Ensino de Arte, que estabelece no artigo 26, parágrafo 2º: “o ensino de Arte componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da Educação Básica de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”.

Com a luta dos Arte/Educadores e as vitórias advindas na nova LDB, surgem no final da década de 90, os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’s, e o PCN de Arte.  No entanto, vale ressaltar que se faz necessária uma leitura acerca das observações apontadas por autores e teóricos de referência, a exemplo de Ana Mae Barbosa, aos documentos em questão e, em especial ao PCN de arte. Um dos locais privilegiados a esse debate está em seu livro “Tópicos Utópicos” (1998).

Outras vitórias foram sendo somadas, desta feita, regulamentadas no dispositivo parecer CNE/CEB nº. 22/2005, solicitação de retificação do termo que designa a área de conhecimento “Educação Artística” pela designação: “Arte, com base na formação específica plena em uma das linguagens: Artes Visuais, Dança, Música e Teatro”, foram colocadas em pauta novas direções para o Ensino de Artes no Brasil.

Vitória, que também deve ser salientada, é a construção, em 2007, das NOC’s – Novas Orientações Curriculares para o Ensino de Arte.

A cada ano a Federação dos Arte Educadores do Brasil soma novas conquistas e novos empreendimentos em prol de ações das políticas públicas para o Ensino de Arte no Brasil, isso fica evidente a cada CONFAEB - Congresso da Federação de Arte-educadores do Brasil que é realizado anualmente em uma região diferente do nosso país.

Alguns passos já foram dados, porém, ainda há muito a fazer para que, de fato, aconteça o que de direito se tem estabelecido.

* Professor a de arte educação da Universidade Regional do Cariri. Doutorando em Artes Visuais pela universidade de Sevilla/Espanha.
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