Por Alexandre Lucas*
Pensar o contexto da cidade
na sua multiplicidade educativa é um dos caminhos para fomentar, reconhecer,
potencializar e trilhar novos rumos numa perspectiva de ampliar a visão social de mundos das camadas populares que tem um
acesso reduzido aos mecanismos de leitura nos seus diversos contextos: social,
politico, cultural, tecnológico, cientifico e artístico.
Ampliar o acesso à leitura
na sua dimensão múltipla é antes de tudo, uma tomada de posição política e de
mobilização social. O que requer
reconhecer a leitura enquanto instrumento de
entrelaçamento com a prática
social e emancipação humana que pode
contribuir de forma significativa para o processo de construção de um novo tipo
de sociedade pautada por uma cultura leitora permanente.
Uma cultura leitora não
nasce do acaso, mas dos processos das relações sociais, de políticas permanente
de incentivo e acessibilidade à leitura, fomento a publicação e a formação de público leitor e de educadores
comprometidos com a democratização da pluralidade dos conhecimentos
produzidos historicamente pela humanidade conjugado com os aspectos vivenciais, bem como deve está conectada as inovações e
interações tecnológicas que vão desde o letramento virtual ao uso das redes
sociais inseridas na prática social da contemporaneidade.
A escola é um dos principais
vetores de disseminação da leitura, entretanto, não pode ser percebida como
espaço exclusivo e fechado, mas como espaço de trânsito , em que as
práticas pedagógicas ultrapassem os seus
muros e a leitura escrita e de mundo ganhem significados para a vida.
Ultrapassar os muros da
escola, significa reinventar novas práticas, descontruir conceitos, criar novas
parcerias na caminhada do conhecimento
e avançar no caminho de uma
cidadania ativa e de ampliação das leituras de mundo.
Pensar uma cidade leitora
exige esforço conjunto dos diferentes
segmentos da sociedade num processo de entrelaçamento, autonomia e
descentralização de ações e protagonismo
A efervescência e a pluralidade
cultural, estética e artística do nosso povo se reoxigena constantemente, o tradicional e o contemporâneo, o popular e
o erudito dialogam e se hibridam
configurando infinitas possibilidades de trilhar pela diversidade de leituras, ainda
desconhecida pela população na sua
totalidade.
Neste contexto, diversas são
as organizações, movimentos e grupos artísticos e culturais que podem favorecer
para descortinar outras visões sociais de mundo e ampliar o olhar para a diversidade
e pluralidade, bem como fazer as
conexões com outras realidades e leituras da contemporaneidade locais e
universais.
Pensar a leitura a partir da diversidade da prática social é um dos
caminhos para construção de um novo tipo de leitor e leitora concatenado com o
seu tempo e as suas realidades.
*Pedagogo, artista/educador
e coordenador do Coletivo Camaradas.