Grunec lança nota de repúdio contra racismo no Cariri

NOTA DE REPÚDIO
“Na Luta conta o racismo, o silêncio é omissão”.
Jaques d’Adesky
 
 
Grupo de Valorização Negra do Cariri – GRUNEC, entidade representativa das questões étnicas raciais na região do Cariri, fundado em abril de 2001, vem através desta nota expressarprofundo repúdio pelas atitudes consideradas racistas e preconceituosas praticadas contra @s companheir@s abaixo mencionad@s:

1. RIDALVO FELIX e VERONICA ISIDÓRIO: professores/estudantes negros. Em 24/08/2014 estavam na Praça do Pimenta simplesmente conversando quando um grupo de pessoas dentro de um Cros Frox prata começou a ofendê-los cm palavras racistas relativas aos seus cabelos e a sua cor e a ameaça-los dizendo que iam pegá-los, que eles “iam ver”. Foi registrado BO, caso aguardando investigação.

2.     PEDRO VICTOR ARAUJOjovem negro, estudante de História da URCA, ameaçado de morte por meio de pichações e mensagens no celular, com palavras do tipo: “morre negro desgraçado”, o que quase o levou a abandonar o curso. Foi necessária muita pressão do movimento para que a direção da universidade tomasse alguma providência. BO registrado, aguardando investigação.

3.     UENIA FERREIRA DE LIMA, jovem negra, comerciária, vítima da violência racista, tipificado como injúria, cometida pelo agressor Adriano no dia 30/04/2013 conforme BO 31300288/2013 de 02/05/2013; o agressor, aos berros, desqualificou a jovem no seu ambiente de trabalho, causando-lhe grande constrangimento, inclusive aos que por lá estavam.

4.     JOSÉ AIRTON NUNES – negro, moto-taxista, diversas vezes foi constrangido e desmoralizado também no seu ambiente de trabalho, o caso foi registrado na Delegacia de polícia civil e as providências estão sendo encaminhadas junto aos órgãos competentes

5.     JOAO LUIS DO NASCIMENTO MOTA, negro, professor, constrangido e desmoralizado reiteradas vezes no seu ambiente de trabalho (Universidade Regional do Cariri). Na ocasião foi feito manifestações, notas de repúdio.

6.     LUCIANO DAS NEVES CARVALHO, negro, professor, que em 29/07/2000, foi agredido por uma autoridade da Casa Legislativa Municipal. Após diversas idas e vinda o caso, depois de 03 meses foi finalmente registrado na Delegacia de Polícia de Crato. Foi necessário, inclusive ,a intervenção da Promotoria do Estado e após todos estes anos, fora duas ou três idas ao Fórum nada mais aconteceu. Na ocasião o caso foi tipificado como crime de racismo.

Estes são apenas alguns casos que chegam ao nosso conhecimento. Mas a violência dos xingamentos, das piadas infames contra negros e negras, a exemplo do caso do goleiro Aranha, do Santos, é cotidiana e banalizada como se fosse natural.

Agressões verbais e/ou físicas não são normais ou naturais. No Brasil, ações como estas são consideradas crimes de racismo segundo a Constituição Federal e leis específicas que pune com penas de até cinco anos de reclusão, além das multas, os crimes resultantes de preconceito e discriminação. Entretanto, a desconstrução do racismo acontece pela educação e atitude holística em que compreende o outro como diferente nunca inferior, nem desigual, porém parte do todo, cuja cidadania é universal, garantindo aos cidadãos direitos civis sociais e políticos.

Diante dos fatos aqui explicitados, o GRUNEC, reitera com veemência o seu repúdio a tais práticas e sugere que a sociedade possa, no exercício da sua cidadania, somar forças e cobrar dos órgãos competentes ações que promovam a vida com igualdade e justiça.

Esclarecemos ainda que o GRUNEC, tem como missão lutar contra qualquer forma de preconceito e não poderia deixar passar estes atos vergonhosos sem manifestar a solidariedade étnica aos companheiros: Mota, Luciano, Isaias, Uenia, Pedro Victor, Ridalvo Felix e Veronica Isidório.

                                                                                       Na luta sempre!  
           
                                       Grupo de Valorização Negra do Cariri - GRUNEC
Proxima
« Anterior
Anterior
Proxima »
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário