Cid Gomes não respeita os artistas do Ceará


Aqui é terra aonde floresce maracatu, repente, cantoria, rap, baião, forró, musica eletrônica, rock, chorrinho, reggae, samba, musical instrumental... Nesta terra produzimos música para alimentar o nosso povo...



O Governo Cid Gomes por inúmeras vezes vem marcando a sua gestão pelo continuo desrespeito aos artistas cearenses com uma política arbitraria, excludente e de financiamento descarado da indústria cultural.

No período da Expocrato 2008 , o Coletivo Camaradas e diversas personalidades do meio intelectual e artístico da região do Cariri posicionaram-se contra o processo sem critérios sociais para exploração do Parque de eventos (shows) da Expocrato. Na época colocava-se a necessidade de estabelecer uma quota para os artistas da região, respeitando a diversidade musical caririense. Esse terreiro de musica experimental, popular e erudita que é o Cariri. Através de uma Carta Aberta ao Governador os artistas caririenses colocaram suas reivindicações, a qual circulou nos diversos veículos de comunicação de massa e sendo entregue pessoalmente ao secretário de Cultura do Estado, professor Auto Filho. No entanto, o silêncio tomou conta do discurso do Governador.

Vale ressaltar que o Governo do Estado não pagou os cachês do artistas que se apresentaram no Palco Alternativo da URCA – Exprocrato julho/2008. (Valor do Cachê de cada banda R$ 500,00 menos os descontos ). Os artistas só não ficaram sem receber o pagamento porque a Administração da Universidade Regional do Cariri assumiu a dívida, mas o repasse nunca foi feito pela Secretaria de Cultura do Estado.

No mesmo período (julho/2008) diversos veículos de comunicação apontavam o Governo Cid envolvido no beneficiamento de bandas de forró em inaugurações em cidades do interior do Estado. As típicas bandas que promovem à socialização do machismo, da vulgarização sexual, da violência e da apologia às drogas. As “pornobandas”. As “grandes bandas” da industrial cultural que não representam a diversidade e a pluralidade musical do povo cearense.

Pela segunda vez a Secretaria de Turismo do Estado realiza o continuísmo inconseqüente com o dinheiro público, através do “Férias no Ceará”, que durante o mês de janeiro/2009 realiza 17 shows com bandas conhecidas nacionalmente, como Jota Quest, Biquíni Cavadão, Titãs, Arthur Moreira e Paralamas do Sucesso e as “pornôbandas”. O fato é que essa política do Pão e Circo do Governo Cid não beneficia a população e nem fortalece política de turismo ou de cultura no Estado. Rios de dinheiro público serão desperdiçados para atender as grandes empresas. Turista vem para o Ceará com o intuito de conhecer a produção local, portanto é equivocada a desculpa que esses eventos atraem turistas e outra coisa o povo cearense tem o direito conhecer o que é produzido no seu estado e na maioria das vezes a produção musical dos músicos cearenses não toca nas rádios e tvs que já são permeadas pelas indústrias das “pornobandas” e das grandes produtoras e na maioria dos casos poucos são os músicos e bandas do Estado que tem CDs produzidos.

O DINHEIRO DESPERDIÇADO com o “Férias no Ceará” daria para fazer circular em todo o estado uma diversidade de estilos e gostos musicais genuinamente cearenses ( com toda a estrutura que essas grandes bandas estão recebendo. Vale lembrar a imensa dificuldade que nossos artistas tem para produzir e fazer circular as suas músicas. Quantos CDS dariam para mandar fazer com esse dinheiro? Quantas instrumentos dariam para comprar? Quantos artistas poderia ganhar um justo cachê?

Por lado, a diversidade musical do Ceará marcada pela mesclagem e pluralidade resisti e frutifica uma produção artística ligada ao seu povo e sintonizada com o fazer musical local e universal que é desprezado e excluído pelo Governador, seja através dos “burrocraticos” editais de “incentivo a artes” que em nada incentiva (o ultimo edital de “incentivo” fazia exigências que privilegiava basicamente questões legais, em detrimento com o fator maior que deveria atentar, que era: o incentivo as artes). Ou pela via do beneficiamento das grandes produtoras e empresas de “música”.

É importante o intercâmbio musical para as camadas populares, a democratização do acesso do que é produzido em outros estados, mas é essencialmente necessário possibilitar que o povo conheça o que é produzido no seu Estado, como formar de fortalecer a identidade, a afirmação e o apoderamento cultural.

Como disse o grande poeta Patativa
“Por favô, não mexa aqui,
Que eu também não mêxo aí, Cante lá que eu canto cá” .



Coletivo Camaradas
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