Por
Alexandre Lucas*
Os
setores conservadores e reacionários ligados aos segmentos odiosos de algumas
igrejas evangélicas, segmentos da Igreja Católica, algumas frações militares,
os grandes veículos de comunicação e a elite econômica do país vem agindo de
forma planejada para atacar a democracia e as conquistas da classe
trabalhadora. Essa composição ocasionou o golpe iniciado em agosto
de 2016, o qual vive uma nova etapa com a prisão do Lula.
O golpe
arquitetado pelas elites econômicas no país via judicialização da politica e
monopólio da mídia toma uma feição fascista no conteúdo e na forma.
A prisão
arbitraria e ilegítima do Lula faz parte deste projeto arquitetônico de
acomodação e revezamento das elites no poder. Lula está preso com
base em afirmações de criminosos declarados
que ganharam em troca ganhos e privilégios da chamada lei da delação premiada.
O governo
golpista de Temer amplia os ataques ao povo brasileiro e ao mesmo tempo aumenta
a sua rejeição popular, abrindo espaço para uma força politica mais atrasada e
de extrema direita representada pelo discurso odioso, justiceiro, militarista,
fundamentalista e fascista representado pelo criminoso Jair Messias Bolsonaro.
Lula
continua sendo a principal liderança das esquerdas no país, do ponto de vista,
de aglutinar os mais diversos segmentos da sociedade e de capitanear o maior
percentual eleitoral. Lula é o pré-candidato com o maior apoio popular como
apontam vários institutos de pesquisa. Lula está preso para ser excluído da
disputa eleitoral, esse é o intento dos reacionários e a motivação dos ataques
à democracia.
Neste
sentido, é preciso reconhecer também que os ataques ao Lula e ao PT, se
estendem as conquistas democráticas, os direitos sociais e trabalhistas. É um
ataque ao conjunto dos partidos de esquerda, democráticos e progressistas e aos
movimentos sociais. É um ataque as periferias, ao povo pobre e negro do nosso
país que sofre em escala maior.
A luta
por Lula Livre é uma exigência da atual conjuntura politica em defesa da
democracia e que ultrapassa o viés eleitoral. A disputa nas eleições não está
desvinculada também da luta pela democracia, são partes que se integram na
mesma luta pela democratização da sociedade e ocupação dos espaços de poder
pelos representantes da classe trabalhadora, leia-se pelos partidos políticos
do campo popular, progressista, democrático e de esquerda. Tem muito
parlamentar dizendo que defende a classe trabalhadora e estão sempre sentados à
direita dos patrões, muitos deles foram responsáveis pelo atual golpe!
Faz-se
necessário uma frente ampla neste momento para barrar essa ruptura na
democracia que aglutine as esquerdas e suas organizações, os movimentos
sociais, coletivos de artes e identitários, os segmentos progressistas do
judiciário, dos militares e dos religiosos, a intelectualidade e movimentos de
base comunitária, os lutadores e lutadoras do povo brasileiro. Precisamos falar
para as multidões e nos organizar entre elas.
A prisão de Lula traz um
fato novo, a unidade das esquerdas. A
demonstração de convicção e de solidariedade com Lula manifestada pelo PCdoB e
o PSOL é de uma grandeza política imensurável e aponta para um realinhamento
politico e de unidade que deve caracterizar uma frente ampla da classe
trabalhadora. Manuela D'Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL),
ambos candidatos à presidência da republica estão em defesa da liberdade e do
direito de Lula ser candidato, essa é a compreensão que está tomando força e
reoxigena à unidade das esquerdas no Brasil que se une contra o fascismo e em
defesa da democracia.
Neste
momento é tarefa imperativa o esforço individual e coletivo para que cada
militante possa ser jornalista da agitação e propaganda na narrativa da
democracia e advogado popular denunciando os ataques físicos, simbólicos,
difamatórios e caluniosos dos fascistas.
Ocupar
todos os espaços: as redes sociais e as ruas, as salas de aulas e os campos de
futebol, os bailes funks e as igrejas, as rodas de samba e as operas, o poder
judiciário e os terreiros. Nenhum espaço pode ficar vazio.
Lula
assume neste momento o nosso espelho, Somos todos Lulas, sem todos serem
lulistas ou petistas. Somos todos Lulas, porque somos
atacados!
*Pedagogo,
artista-educador e integrante do Coletivo
Camaradas.
1 comentários:
Clique aqui para comentáriosEvoé, camarada Lucas!
Pela unidade emtorno de um projeto de esquerda!