Espetáculo Cardinal reflete sobre a condição humana


O Coletivo Atuantes Cena apresentará nos dias 10 e 11 de deste mês, ás 19h30, na Casa Ninho de Teatro o espetáculo Cardinal.

Cardinal é uma mulher que abandona o seu cotidiano após refletir sobre sua condição humana. Nessa manifestação, ela recorre a si, como tem sido vista diante da sociedade em que está inserida, sua personalidade dita - cuja desgredada diante do dito - cujo normal. Abandonada, declama suas questões mergulhadas em gritos de dores. Optou varrer as noites pensando, articulando e calculando como dar um sentido a sua vida, um ciclo de deterioração mental de uma mulher devido ao desespero e a solidão.

Tendo um whisky barato, cigarros falsos e latas de feijões prontos como sua única companhia. Como se manter sã em um mundo tão caótico e patriarcal em que ela se encontra, é a grande e única questão de sua razão existencial.
Com uma dramaturgia tecida em sala de ensaio, o trabalho discute o lugar da mulher na sociedade atual, em paralelo com a reflexão dos “ditos loucos”, investigados a partir dos estudos de Michael Foucalt[1], Deleuze, Peter Pelbart e outros filósofos do cotidiano “ditos loucos” que se encontram nas ruas do Cariri cearense.


Nessa experiência artística, temos nos amparado também nas influências cinematográficas para ambientar o espetáculo no mundo caótico e instável da figura em questão. Alguns nomes como Martin Scorsese, Quentin Tarantino e Alan Moore, interferem diretamente na visualidade e presentificação da cena. Cardinal é a degustação de um gole de café, onde na preparação a água quente se constitui a partir da inspiração dos escritos de Rosa Luxemburgo, Sarah Kane, Chista Wolf, e onde “açúcar e pó de café” se misturam aos trechos de Heiner Müller e Antonin Artaud, com o propósito de degustarmos de forma coletiva desse café. Parafraseando Artaud: a cena busca tornar-se metaforicamente uma doença (peste) que contagia e envolve a plateia de forma igualitária, independente da profundidade em que o público permitirá se envolver.
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