1. Projetos distintos
A conjuntura política municipal do Crato apresenta dinâmica favorável ao conjunto das forças democráticas, progressistas e populares, uma vez que põe no centro do debate a conflagração entre dois projetos elitistas repudiados pelo povo e a alternativa de se construir uma gestão emancipatória a partir dos movimentos sociais afirmativos e de trabalhadores da cidade e do campo.
2. Modelos superados
Nossa história presente nos lembra do PSDB de Samuel Araripe humilhado nas urnas em 2012 e nos mostra o PMDB (depois PSC) de Ronaldo Matos reprovado por cerca de 80 entre cada 100 cratenses. São semelhantes porque representam oligarquias familiares patrimonialistas e elites financeiras que historicamente usaram e usam a máquina pública em benefício de seus próprios interesses – ao povo sempre o consolo de migalhas. Tais modelos administrativos estão esgotados, falidos, e não oferecem qualquer possibilidade de desenvolvimento centrado na qualidade de vida população simples e humilde, resgatando sua autoestima, respeitando sua história, atentando para políticas públicas que garantam efetivamente direitos sociais e perspectivas de maiores conquistas no campo da dignidade, democracia, cidadania, zelo e proteção ao patrimônio público, especialmente às finanças.
3. O que é a Frente Crato Popular
Considerando o conjunto partidário que compõe a base que elegeu o governo Camilo Santana, desde o início de 2015 o PCdoB vem na proa da construção de uma ampla frente político-eleitoral em Crato cujos princípios básicos e inegociáveis são: prioridade na elaboração de programa de governo em sintonia com os movimentos sociais, com vistas a romper radicalmente com as práticas de gestão antipopulares e clientelistas historicamente vigentes no município; negação de aliança formal ou informal com o atual prefeito (estendendo-se a repulsa a qualquer partido ou liderança integrante de seu grupo); e veto irrevogável a aliança com o tucanato golpista que pretende retomar o poder local.
4. Momento desafiador para o PCdoB, PT, PDT, PP, PEN e PSD
Um conjunto de partidos visivelmente heterogêneo, com matizes que vão da esquerda à direita, deu margem ao surgimento de divergências quanto aos limites do arco de potenciais e legítimos aliados. Isso exige enérgica, clara e pública retomada do compromisso de negar aliança, ainda que velada, com qualquer dos adversários, sob pena de ser desligado(a) da Frente Crato Popular, sumariamente, partido ou liderança que desrespeite este princípio.
Nem Ronaldo Matos (ou os seus)! Nem Samuel Araripe (ou os seus)! – Assim nos comprometemos entre nós e com o povo; assim será!
5. Deliberações do PCdoB
Considerando que um projeto democrático, progressista e popular como o que propomos ao Crato não poderá ser executado nos marcos do continuísmo ou do retrocesso, o PCdoB, em reunião de seu Diretório Municipal, com participação de pré-candidatos a prefeito e vereador, realizada dia 2 de julho de 2016, aprovou, à luz da Resolução Política da Conferência Municipal, de 28 de setembro de 2015, as seguintes deliberações:
A) Manter a pré-candidatura do professor Cacá Araújo a prefeito do Crato e fortalecer o diálogo com os movimentos sociais e partidos da Frente Crato Popular, com vistas a construir composição majoritária sintonizada com as lutas populares;
B) Envidar esforços no sentido de compor chapa própria de candidatos a vereador/a.
C) Não celebrar aliança, formal ou informal, sob nenhuma hipótese, com partido ou liderança do grupo do atual prefeito Ronaldo Matos (PSC) ou do ex-prefeito Samuel Araripe (PSDB);
D) Priorizar a construção de Programa de Governo com a participação dos movimentos sociais e organizações de trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, empresários progressistas, comunidade LGBT, comunidade acadêmica e científica, artistas, mulheres, negros, juventude e demais movimentos da diversidade.
Crato-CE, 02 de julho de 2016.
O Diretório Municipal do PCdoB