Travesthriller conta a
história do “milagre” de uma travesti em Juá City. Ela se chama Shirley
Dayanna, recém chegada da Europa, tem o sonho de engravidar. Para realizá-lo,
move montanhas, faz promessas, vai à taróloga, ao Horto do Padre Cícero e com
fé faz o pedido.
O trabalho é baseado no cordel da poeta Salete Maria.
Intenção do Diretor
O curta nasceu da vontade
de Orlando Pereira e Nívia Uchôa de construirem um trabalho voltado para o tema
das travestis, visto que realizam pesquisas na área há algum tempo e realizaram
os filmes Também sou teu povo e Quero viver Igual a um beija flor, ambos
documentários. Dessa vez os diretores se encontraram para realização de uma
ficção, cujo mote surgiu a partir de um cordel da amiga e professora Salete
Maria intitulado O MILAGRE TRAVESTHRILLER: A HISTÓRIA DA TRAVESTI QUE (COM FÉ)
ENGRAVIDOU, assim mesmo escrito em caixa alta. O cordel foi escrito para a
realização do filme. Travesthriller é Absurdo teatrado! Assim, o bando.coletivo
de artistas e Poesia da Luz, produtora que trabalha com fotografia e
audiovisual, uniram-se para esse trabalho no sentido de idealizar conhecimentos
cinematográficos, sobretudo, na construção de pensamentos videográficos e
artísticos, assim como estabelecer formas independentes de propor um diálogo e
uma nova mentalidade como também formar profissionais na área, em especial, na
cidade de Juazeiro do Norte – CE. O processo de criação da obra Travesthriller
se deu entre amigos, amigas, alguns profissionais da área, outros amadores, os
quais dividiram tarefas e, de forma espontânea, ajudaram na realização do curta
em forma de laboratório. A forma independente de trabalhar aconteceu como
proposta de acreditar que podemos fazer trabalhos artísticos que não dependam
de editais, na possibilidade de artistas independentes construírem suas
próprias linguagens, conceitos e atitudes. O Encontro entre Orlando Pereira e
Nívia Uchôa para a realização desse projeto foi de extrema importância. O
roteiro passou por várias alterações até chegar às gravações, construída a todo
momento pelo grupo, cujo encontro com a direção, fotografia, arte, figurino,
luz, som, etc., se afinava de forma espontânea em suas praticas de
laboratórios.