ATO CONTRA O FEMINICÍDIO NO CARIRI
Nem morta, nem perseguida/Tampouco discriminada
Nem louca, nem preterida/Nem muda, nem estuprada
Nem sozinha/ nem distante/ Viva, alegre e militante
Por esta terra encantada.
(Salete Maria)
Médica é assassinada pelo ex-namorado. Três assassinadas somente em uma semana em Juazeiro do Norte. Uma delas, os vizinhos ouviram-na ser espancada e ninguém denunciou. Mulher é morta estrangulada e asfixiada pelo ex-companheiro no Crato; Mulher é assassinada com cinco facadas pelo ex-companheiro em Barbalha.
Tais notícias se repetem e são naturalizadas como se fossem normais. Nos últimos dez anos, a soma é de aproximadamente 220 vítimas na Região do Cariri.
Não se tratam de “crimes passionais”. O nome disso é Feminicído, ou seja, a morte de mulheres pela sua própria condição feminina. São diferentes das mortes comuns decorrentes de roubos etc. São mortes intencionais e violentas. Não são eventos isolados porque resultam das diferenças de poder entre homens e mulheres. É um produto macabro da sociedade patriarcal que atribui ao homem o sentimento de propriedade e posse sobre a mulher.
Absurdas também são as perguntas que se seguem às mortes. A mulher apanhou, morreu, o que ela fez? A ideia é a de que a culpa pela violência é da vítima. Absolutamente NADA que ela tenha feito justifica tão bárbaros assassinatos.
No Cariri, não há políticas públicas efetivas de proteção à mulher. As delegacias não são abertas nos finais de semana, as medidas protetivas não chegam a tempo, No Crato já faz um ano que o Centro de Referência foi aprovado, a verba destinada e não foi aberto. Por isso, convocamos a todas as pessoas que defendem a vida, os direitos humanos essenciais à luta por:
- Delegacia da mulher aberta 24 horas e nos finais de semana; Abertura imediata do Centro de Referência; Instalação da vara especial da mulher.
A proteção à mulher é de responsabilidade de tod@s. Se alguém presenciar alguma situação de violência, denuncie.
Frente das Mulheres dos Movimentos do Cariri.
VISTA-SE DE PRETO!