A advogada Danielly Pereira Clemente demonstra a sua
capacidade de ver a luta pela construção de uma sociedade socialista como algo
necessária para emancipação dos povos,
bem como a sua compreensão que a letra fria da lei só aumenta a sua indignação. Danielly é militante das causas populares e
participou por muitos anos do PAJE – Programa de Assessoria Jurídica Estudantil
Me pediram para eu mostrar alguma arte
Contudo, não há em mim nenhuma parte
Que imprima tamanha manifestação
Tenho o direito como minha formação
E a letra fria da lei só aumenta a minha indignação
Eu queria falar de justiça, de igualdade de gênero e de
emancipação
Mas esse capitalismo carniça
Que fede, que explora e que cobiça
Anda impedindo a minha inspiração
Por isso eu me
declaro socialista
Porque a luta cotidiana contra a exploração
Me devolverá os bons sentimentos
E o fruto do meu trabalho combaterá a opressão
E a cada dia eu vivo o amor socialista
Porque eu luto arduamente
Para que todxs tenham o direito de amar livremente
Independente de qualquer orientação
E todos os dias eu construo a luta socialista
Porque a luta do camponês pela terra
É árdua, necessária e não espera
E, se necessário for, entraremos em guerra
Eu amo a luta socialista
Porque os negros e negras não podem sofrer preconceitos
Uma parcela de melanina a mais
Não podem corresponder menos direitos
Eu gosto de aprender sobre a luta socialista
Porque eu acredito nesses estudantes
Que entendem que não há conhecimento superior
E que na práxis constroem saberes fecundantes
Por isso eu me declaro socialista
Porque eu quero fazer do direito um instrumento de justiça
Para que cada vez mais a frase de Sabino tenha menos
maestria
Afinal ainda hoje é:
Para os pobres é dura lex, sed lex : a lei é dura, mas é a
lei
Para os ricos é dura lex, sed, látex: a lei é dura, mas
estica
Encerro com este pequeno adágio
A minha poética tentativa
De mostrar em rima o calvário
Da luta dos oprimidos todo dia
Que para alcançar a justiça
Só a permanente luta socialista!